quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Dicas de compressão de audio

Primeiramente, para que comprimir?

A verdade nua e crua é que nosso ouvido não é muito bom, rs. Ele escuta frequências com intensidades diferentes e não "gosta" de alterações de intensidade sonora muito rápidas.

Quando falamos em compressão de audio não estamos na verdade "diminuindo" a sensação sonora. O que realmente acontece é o oposto. Escutamos o som com maior "pressão".

Vamos entender para que serve as funções básicas dos compressores.
  • Threshold » A partir deste ponto o compressor começará a atuar (o que ele irá fazer a partir deste ponto será estabelecido nas funções abaixo)
  • Ratio » Taxa de compressão aplicada (estabelecida pelo threshol)

  • Attack » Quantidade de transientes (picos percussivos) que vc deixará soar. Ex: Aumenta ou diminui o som das palhetadas (picos mais fortes) de um violão. OBS. Nem sempre muita percussividade é bom. Lembre-se que o som de um violão, por exemplo, é feito dos ataques (palhetadas) e as notas que ressoam. O attack serve para equilibrar um e outro na mix/ao_vivo.
  • Release » Indica o tempo que o compressor ficará atuando.
  • Makeup ou gain » Ganho(aumenta a intensidade geral do som)
Você pode estar pensando que são muitos parâmetros! Sendo assim, para não comprimir meio as cegas, segue algumas dicas.
Fisa-se que nem tudo precisa ser comprimido. Apenas se sentir algo "sumido" no meio da mixagem/ao_vivo.
  1. Primeiramente gosto de equalizar, para que o compressor não seja disparado por frequências que não considero úteis.
  2. Solo o instrumento a ser comprimido.
  3. Depois coloco o Ratio e, 2:1 (Poderei fazer ajustes melhores depois)
  4. Ajuso o Threshold para que ele comece a atuar (Você escutará ou visualizará no mostrador) Cuidado para não "amassar" muito o som.
  5. Depois disso, regulo novamente o Ratio, ao meu gosto, se perceber que a compressão esteja demasiada ou insuficiente.
  6. Calibro o Attack para deixar aparecer mais a percussividade do instrumento ou não. Quanto maior o Attack maior o número de transientes. Se for muito alto, quase compressão nenhuma será realizada.
  7. Agora configuro o Release para não deixar nenhum "buraco" na compressão. Na prática, você irá saber o que quero dizer com "buracos" de compressão. Soa como se em determinado momento o compressor deveria agir mas não o faz. (É o que realmente acontece).
  8. Agora a "mágica" acontece. Depois que estiver tudo ajustado, coloco todos os intrumentos para tocar e ajusto o Makeup/gain (cuidado para não saturar). Daí o instrumento irá se destacar. Caso não se destaque, confira novamente a equalização. Cuidado para não fazer "corrida de faders". Ir aumentando os volumes, cada hora de um intrumento.
O instrumento naturalmente se destaca pois as alterações de volumes entre uma nota e outra, serão menores.
OBS - Cada compressor coloca um "colorido" diferente no som, escolha o seu.
Existem outros botões em alguns modelos de compressores caso queiram saber, podem perguntar.
É isso aí!

6 comentários:

  1. Seu blog está cada dia melhor, vai se tornar um verdadeiro guia.

    Sucesso! ;)

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  2. Olá!
    Muito bom, obrigado pelas dicas.
    Cite alguns compressores que você usa e para qual instrumento.

    valeu

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  3. Oi Sonar.

    Quando eu não quero que o compressor mude muito o som do instrumento, uso o C1 da waves. Ele é bem transparente.

    Quando quero dar uma "colorida" no som uso o Blue Tubes.

    Friza-se que os comressores valvulados (sumuladores ou não) são mais lentos que os compressores digitais.
    Os transientes aparecem naturalmente mais elevados. (As vezes é este som que desejamos).

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  4. Ótima dica, principalmente para mim que estou começando meus estúdios de ÁUDIO.

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  5. legal em féra.. como se calcula a dosagem certa para o release nao ficar demais e nem de menos? (distancia certa de um kick até chegar no proximo kick.

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  6. Olá Jackson.
    Primeiramente, você poderá apertar a tecla AUTO (se tiver) do plugin. Sem preconceito, se estiver bom, ok.
    Caso não queira usar o auto ou escute artefatos ou pulsação indesejada, é no ouvido mesmo. Não concordo muito come estas dicas pré definidas de atack e release, pois cada amostra de áudio é unica.
    Pense no release como a "cauda" da nota e o atack como a "cabeça". Aumente o atack para os transientes (percussividade da nota) aparecerem mais, ao seu gosto. Aumente o release para a nota ter o comprimento desejável sem invadir o campo da outra nota. É ouvido mesmo, não tem fórmula.
    Lembre-se sempre de comprimir sem estar solado (o tempo inteiro), pois vc tem que "ver" como a compressão do bumbo, por exemplo, soa na música.
    Acredito que solar e comprimir exclusivamente não seja a melhor técnica, pois o que importa é o conjunto.
    abs

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