segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Tratamento acústico. Para que realmente serve!?

Se eu soubesse que a acústica da salas de audição, gravação, mixagem ou masterização é mais importante que os equipamentos que estamos usando, teria gasto muito menos dinheiro!
Num local ideal, quando a caixa de som reproduz o áudio, as reverberações e as interferências seriam mínimas.
  • Reverberações - sons que refletem em superfícies que não os absorvem completamente.
  • Interferências - Quando uma onda sonora se encontra com outra (refletida ou não) ela causa cancelamentos e aumento de sinal.
Na foto, pode-se observar duas fontes distintas gerando ondas que interferem-se mutualmente, cancelando-se e aumentando-se.

A final de contas, para que tratar a sala? Não poderia mixar apenas em um fone de ouvido? Não!
Como já disse em posts anteriores o ouvido humano não escuta bem determinadas frequências. E para piorar, as frequências NÃO são escutadas da mesma forma! Ex: Quando abaixamos o som do carro, os graves e os extremos agudos vão sumindo. Já reparou isto?

Com o fone, pelo fato da origem sonora estar bem próxima do ouvido, escutamos mais os graves e os extremos agudos, só que não mixamos apenas para fones. Mixamos para caixas acústicas também. Desta forma, quando soar bem nas caixas acústicas, irá soar bem nos fones, mas o inverso não é verdadeiro.

Quando escutamos sons em locais fechados acontecem alguns fenômenos. O som que é originado da caixa é refletido por todas as superfícies (parede, teto, chão, móveis, etc, ocorrendo cancelamento de fase), o som demora para acabar (reverb) e o som vaza (de dentro para fora e vice-versa) e algumas frequências, por conta da geometria da sala, são amplificados.

Para arrumar esse inconveniente precisamos de alguns recursos que postarei em seguida.
Os tratamentos acústicos serão do tipo, faça você mesmo gastando o mínimo de dinheiro! rs
Até lá.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O que faz uma música ser um hit?


Olás. Fiquei um tempo sumido. Mas agora voltarei com os post regulares.

O que faz a música ser um Hit?
Para dissertar sobre isso friso que falo sobre música! Aquela que foi feita com esmero, dedicação, técnica, arte, empenho e outros adjetivos que qualificam a música arte. (Não estou falando de Créu e nem do Bate com a bunda, e eles são "hits", rs)

Quando falo de Hit, não falo da música ser popular (tocar demasiadamente na rádio ou ser artisticamente pobre). Qualquer estilo musical tem seu hit. (Ex. Enter Sandman é um hit do Mettalica)

Vamos nós com os tópicos, rs

  • Tempo em média de 3.2 minutos - Nos dias atuais, com a facilidade de baixar e com a oferta de música, sinto que uma música demasiadamente longa desanima a pessoa escuta-la até o final. (você gosta de ler posts muito grandes?
  • Introdução - Outra coisa que desinteressa o ouvinte (fiz uma pesquisa grande sobre isto) são as introduções demoradas. Quatro compassos são ideais. Mas, cuidado com as introduções veladas! Ex: Uns efeitos, mais intro de guitarra, depois entra a banda e, quando o vocal canta o groove é outro. Ué, já foram 3 introduções! Para que a danada da guitarrinha no início? rs (Isto acontece demais!!)
  • Groove/levada - Sem levar em conta, ainda, a melodia, preste atenção se a levada está realmente fazendo o que a música propõe. Ex. Já escutei uma música super animada e com a letra séria e triste e com riffs de guitarra jocosos. Isto não é um paradoxo?
  • Letra - Esta aqui é uma coisa complicada. Ninguém precisa ser (ou consegue ser) um Chico Buarque da vida! Mas preocupe-se com a passagem da mensagem. A final de contas você está falando algo para alguém ou é para você mesmo? Uma letra simples é ponto extra. Sobre letra simples clique aqui:
  • Melodia - Cuidado, carinho e dedicação com esta aqui. Assobie ou solfeje a melodia sem cantar a letra para ver se ela está emocionante o bastante. (Quando falo de emocionante, refiro-me a todas as emoções. Raiva, ódio, amor, indiferença (esta aqui costuma deixar a música "morna", alegria, indignação e etc). Nem precisa dizer que a melodia tem de ter coerência com a letra! Não é? rs
  • Execução - Com a facilidade de gravar e editar, a musica tem de ser impecável. Sério mesmo! Ninguém perdoa baterista atravessando o tempo, vocal semitonando, baixo e guitarra acelerando! (Fica tranquilo em usar o auto-tune ou afins. Não temos $$ para ficar tentando gravar o take perfeito! Tenho certeza que você consegue cantar/tocar absolutamente afinado, rs) O importante é conseguir fazer igual ao vivo. Fábio Enriques, (engenheiro de áudio) disse que mixagem é igual a salsicha. Quem vê fazendo não compra! rs
  • Ainda quanto a execução, já ouvir dizer que quando se executa bem se perde a emoção ou quando a música é muito bem executada perde a "pega"! (- Minha música é "toscona" mesmo). Dá para fazer isso tudo com os instrumentos afinados, no tempo e ainda sim ter a interpretação "roqueira"! Ou você acha que Mettalica, AC/DC e Iron não tocam "certinho"?
  • Mixagem e masterisação - Mix e master NÃO arruma arranjo ruim. O que é arranjo ruim? São aqueles mal executados, constantes/monótonos (nada acontece no decorrer da música, para que escutar até o final então?) e, principalmente, aqueles arranjos que todos tocam tudo todo o tempo! Disse sobre contraste em outro tópico.
Bacana. Depois de tudo isso calibrado é sinal que sua musica tem grandes chances de ser um hit, correto? ERRADO!

Temos ainda que correr atrás de nosso público para divulga-la. E não fique triste se não houver resposta positiva, tente novamente! Tem muita gente tentando fazer hits e só conseguem pela insistência e lapidação perene!

E porque um hit é legal? É um cartão de visitas! Conheci vários trabalhos bacanas por conta dos hits. NINGUÉM tem mais tempo de escutar um CD inteiro ou seis musicas de assimilação demorada no MySpace. Estas músicas são depuradas com o tempo, se você já "aceitar" o trabalho da banda.

Mande para mim os seus Hits! Escutarei com o maior carinho. Agora, se mandar um link do Myspace com todas as músicas e por ventura escutar uma de "assimilação mais demorada", pode ter certeza que eu e MUITA gente irá abandonar a sua página e "nunca" mais voltar.

Frisa-se que estas opiniões são PARCIAIS, experiências minhas! E eu sou um eterno aprendiz.
O que você tem para me ensinar?
Comente aí!
Abraços!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Turbine seu PC para produção de AUDIO


Bisbilhotando pela net a procura de programas para produção de Audio. Deparei-me com este GameBooster.
É um programa gratuito voltado para jogos.
O que ele faz? Desliga todos processos do computador que não são úteis para jogos. Tal como impressão, indexação, etc.
Acontece que as DAWs (Digital Audio Workstation) também se beneficiam deste desligamento, deixando assim, mais processamento e memória para nossos amados plugins.
Baixe aqui...


Sugestões de frequências para os instrumentos, equalização.

Estava procurando algumas imagens para o meu próximo post, que será sobre equalização.
Quando deparei-me com estas tabelas.
Hoje, são quase de domínio público, pois circulam indiscriminadamente na net.
Entretanto, as reconheci imediatamente. São do livro "Guia de Mixagem" do engenheiro de audio Fábio Henriques. Os livros deles são excelentes, vale a pena adquiri-los. Estão aqui...
Agora que a justiça foi feita (rs), coloco as tabelas aqui. Com todos os créditos para Fábio Henriques, que as criou!
Podemos tirar 10% de cópia de um livro, lembra-se da lei?







Dicas de compressão de audio

Primeiramente, para que comprimir?

A verdade nua e crua é que nosso ouvido não é muito bom, rs. Ele escuta frequências com intensidades diferentes e não "gosta" de alterações de intensidade sonora muito rápidas.

Quando falamos em compressão de audio não estamos na verdade "diminuindo" a sensação sonora. O que realmente acontece é o oposto. Escutamos o som com maior "pressão".

Vamos entender para que serve as funções básicas dos compressores.
  • Threshold » A partir deste ponto o compressor começará a atuar (o que ele irá fazer a partir deste ponto será estabelecido nas funções abaixo)
  • Ratio » Taxa de compressão aplicada (estabelecida pelo threshol)

  • Attack » Quantidade de transientes (picos percussivos) que vc deixará soar. Ex: Aumenta ou diminui o som das palhetadas (picos mais fortes) de um violão. OBS. Nem sempre muita percussividade é bom. Lembre-se que o som de um violão, por exemplo, é feito dos ataques (palhetadas) e as notas que ressoam. O attack serve para equilibrar um e outro na mix/ao_vivo.
  • Release » Indica o tempo que o compressor ficará atuando.
  • Makeup ou gain » Ganho(aumenta a intensidade geral do som)
Você pode estar pensando que são muitos parâmetros! Sendo assim, para não comprimir meio as cegas, segue algumas dicas.
Fisa-se que nem tudo precisa ser comprimido. Apenas se sentir algo "sumido" no meio da mixagem/ao_vivo.
  1. Primeiramente gosto de equalizar, para que o compressor não seja disparado por frequências que não considero úteis.
  2. Solo o instrumento a ser comprimido.
  3. Depois coloco o Ratio e, 2:1 (Poderei fazer ajustes melhores depois)
  4. Ajuso o Threshold para que ele comece a atuar (Você escutará ou visualizará no mostrador) Cuidado para não "amassar" muito o som.
  5. Depois disso, regulo novamente o Ratio, ao meu gosto, se perceber que a compressão esteja demasiada ou insuficiente.
  6. Calibro o Attack para deixar aparecer mais a percussividade do instrumento ou não. Quanto maior o Attack maior o número de transientes. Se for muito alto, quase compressão nenhuma será realizada.
  7. Agora configuro o Release para não deixar nenhum "buraco" na compressão. Na prática, você irá saber o que quero dizer com "buracos" de compressão. Soa como se em determinado momento o compressor deveria agir mas não o faz. (É o que realmente acontece).
  8. Agora a "mágica" acontece. Depois que estiver tudo ajustado, coloco todos os intrumentos para tocar e ajusto o Makeup/gain (cuidado para não saturar). Daí o instrumento irá se destacar. Caso não se destaque, confira novamente a equalização. Cuidado para não fazer "corrida de faders". Ir aumentando os volumes, cada hora de um intrumento.
O instrumento naturalmente se destaca pois as alterações de volumes entre uma nota e outra, serão menores.
OBS - Cada compressor coloca um "colorido" diferente no som, escolha o seu.
Existem outros botões em alguns modelos de compressores caso queiram saber, podem perguntar.
É isso aí!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Crítica artística, você faz?


Participo de excelente comunidade virtual que debate assuntos relacionados à musica independente em Minas Gerais. A Uai Rock. Amadureço artisticamente devido a troca de experiências entre as pessoas que dela fazem parte.
Hoje aconteceu uma discussão muito bacana, versava sobre a crítica negativa de trabalhos artísticos/musicais alheios.

A questão mais importante da discussão consistiu no tempo em que se gasta enaltecendo trabalhos ruins no lugar de se estudar música e divulgar trabalhos bons.

Aqui, depreende-se dois pontos: A uma, quais os critérios objetivos utilizados para fazer uma crítica musical, a duas, criticar negativamente trabalhos ruins te prejudica?

Quanto aos critérios objetivos, acredito que a maioria das pessoas envolvidas diuturnamente na produção musical (Estou falando dos "UAI Roqueiros") sejam capazes de criticar. A questão é, deve-se criticar? (por conta da repercussão negativa que isto causaria).
Ainda sobre a questão dos critérios objetivos, para que não seja apenas uma argumentação fundamentada no gosto pessoal, indico a Escala Musipontos criada por Dennis Zaznicof. Esta escala estipula critérios objetivos bastante interessantes. (Claro que há alguma subjetividade na pontuação, entretanto, é uma excelente ponto de partida).

Quanto à repercussão de sua crítica, depreciar trabalhos alheios é prejudicial a você? Acredito que SIM. Concordo com o posicionamento de alguns integrantes do grupo UAI Rock. Seria melhor enaltecermos os bons trabalhos e continuar-mos a estudar música.

Entretanto, como todos nós, sou falho! Tem dias que acordo bastante sensibilizado (todo artista é assim, não é?) e fico muito chateado como trabalhos artísticos realmente ruins (analisados objetivamente. Letra, arranjo, interpretação, gravação, etc) estão sendo consumidos tal como água, no lugar de trabalhos excepcionais, que por muitas vezes morrem no anonimato.
Resumindo. Criticar negativamente é ruim, cria uma aura negativa e te impede de progredir! Mas, quanto a mim, sempre haverá o dia em que ficarei puto da vida e criticarei a tal bandinha e a tal reboladeira, SIM. No meio tempo, continuarei a estudar e praticar.

E você?