segunda-feira, 15 de março de 2010

Simular ou não simular, eis a questão!

O fato é: hoje simulamos quase tudo! A simulação vai desde um efeito básico de over drive para a guitarra até as estações de trabalho de áudio mais completas (as DAWs, como pro tools e nuendo, entre outras coisas, simulam uma mesa analógica de áudio).
O que está mais em voga atualmente é a simulação de equipamentos consagrados, tais quais amplificadores, instrumentos, periféricos e efeitos.
Parece que a tecnologia musical chegou a determinado limite que só o que se faz e relançar equipamentos antigos em formato de plugins.

Sobre este assunto existem alguns questionamentos. E todos são muito subjetivos!

Usar um baixo virtual e programa-lo via MIDI seria zombar do ouvinte que acha ter sido um humano que o tocou? (em que pese o fato de ter sido um humano que o programou)

Programar uma bateria eletrônica, com a execução impecável e humanizada, é enganar o ouvinte, fazendo ele crer se tratar de um baterista excelente?

E se tratando de simulações de periféricos, qual é melhor? O reverb de hardware ou seu simulacro plugin?

E aquele amplificador de guitarra em plugin? Suas características sonoras são fiéis ao seu modelo original em hardware?

Como sabe, outras milhares de perguntas se desdobram desta.

Nosso posicionamento quanto a simulação é a seguinte.

Se você tem o amplificador adequado, os efeitos que quer usar, os cabos adequados, o microfone adequando, o instrumento adequado, a microfonação adequada, a sala adequada e a energia adequada, não ouse usar um simulacro em plugin. A mínima variação de tensão, de desgaste do equipamento e da sala irão conferir uma sonoridade única ao seu timbre.

Infelizmente não é nossa realidade. Amplificadores, instrumentos, cabos, estúdios (sala), periféricos e efeitos são caríssimos. Claro que eu gostaria de gravar com um pré-amplificador que o Quincy Jones usou no disco Dangerous do Michael Jackson. Mas ele já deve ter saído de linha, é muito caro e é inacessível para mim.

ERA inacessível! Com a sua simulação em plugin posso usar e abusar de seu som sem ter adquirido o hardware. E tem mais, aposto que o próprio Quincy Jones não distinguiria o som "verdadeiro" do seu correspondente em plugin.

Repito aqui uma colocação do engenheiro de Áudio, Fábio Henriques: porque exaltar somente o engenheiro que criou o hardware? O engenheiro que fez o plugin também não é engenheiro? (não foi bem assim que ele disse, mas a ideia é esta)

O outro lado da moeda é a simulação de instrumentos "orgânicos". Nela, temos que ser mais prudentes em respeito aos ouvintes, pois os instrumentos virtuais "enganam" a maioria e, eu me incluo nesta maioria.

São muito úteis na confecção de jingles e na pré-produção, pois aceleram e barateiam bastante o processo.

É claro que quando a composição é inviabilizada por conta de falta de recursos financeiros, um simulacro cai bem, pois o que importa no final é a musica. 



Quando a música é eletrônica, sempre existe simulação, então não há que se falar em desrespeito ao ouvinte.

O bacana nisto tudo é o fato de atualmente termos recursos técnicos para eternizar uma ideia musical, coisa que só era possível aos apadrinhados das gravadoras. Frisa-se que sempre irá existir a apresentação ao vivo, nesta hora, não há plugin que de jeito numa banda ruim! rs

Por fim, antes de torcer o nariz para uma simulação, veja se o bolso de quem a fez está abastado ou simplesmente lembre-se que o pedal que você usa pode estar simulando o som de uma válvula, rsrsrs

Em última análise, colocar um CD para tocar em seu som não e nada mais que a simulação da banda tocando, correto?  hehehehehe

Abraços!

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